quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Portaluppi voltou:

Li esse texto hoje de manhã, no blog do Grêmio, do globo.com, e ele reflete tanto o sentimento Tricolor em relação a volta do seu eterno ídolo, quanto o sentimento de pavor que a outra metade do estado esta com a volta de Portaluppi, que resolvi publica-lo neste espaço também:

"Ele é o cara, sabe disso e tu também.

De padeiro em Guaporé à campeão de tudo no futebol, Renato ralou o que podia e não podia. Não comeu literalmente o pão que o diabo amassou porque apareceu alguém para lhe pagar um pastel com refri quando chorava de fome no juvenil do Grêmio. Não é uma história muito diferente da maioria dos boleiros que ganham fortunas às custas do nosso fanatismo. O que destoa a carreira de Renato dos demais é justamente aquilo que mais irrita seus desafetos: Renato não se tornou mais um joãozinho-do-passo-certo com chuteiras de ouro Sete Léguas (as únicas que trabalham muito e não abrem o bico).
Preferiu não seguir o senso comum de entregar sua alma e personalidade como pagamento ao sucesso. Renato chegou lá, mas nos poupa de pregar a moral de cuecas por causa disso. Nunca pagou dízimo aos bispos foragidos da Igreja Renascer, nunca ofereceu gol às criancinhas do Brasil e nem sequer creditou à Deus suas buchas. Fez tudo ao contrário: gastou uma boa grana em noitadas (não sem antes ajudar aquele cara do Pastel quando este precisou), oferecia seus gols à mulherada e destroncou os alemães com suas próprias pernas. Enfim, assim como um xará seu, provou pra todo mundo que não precisava provar nada pra ninguém.
Só que no país do “entrar em campo buscando o resultado positivo sempre respeitando o adversário e seguindo as ordens do professor”, atitude e autenticidade é um pecado capital, encarado com a mesma perplexidade de uma beata tricoteira ao ver uma perna de fora no intervalo de sua novela. Bastou Renato perder uma final de Libertadores de forma muito mais honrosa do que muitos ganharam, transformando um time faceiro em copeiro apenas motivando-os como homens e não como ovelhas, para que àqueles que estavam escondidos atrás dos armários saíssem travestidos de defensores da moral e dos bons costumes, atribuindo a derrota ao que entendem por arrogância e prepotência.
Aqui na aldeia, como não poderia ser diferente, o deleite por parte de 30% da população na perda da Libertadores foi ainda maior. Renato é a personificação de décadas de sofrimento que esta parcela passou ao encarar aquelas imagens de tókio como se fossem pimenta nos olhos. Um sentimento que não terminou nem com uma conquista parecida, já que esta veio de forma tão diferente que se proíbem até de cultuar o responsável por ela.
Renato é o cara e sabe disso, assim como todos sabem. Muitos não admitem, afinal ele tem suas cores clubísticas e não esconde de ninguém. São as cores do Grêmio. Tão vencedor, e por isso odiado, quanto Renato. Estarão juntos novamente, num futuro não muito distante. Esta eminência é o pior pesadelo que o resto pode ter. Que aproveitem o atual momento enquanto podem".

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